sexta-feira, 21 de maio de 2010

A troca do contato pelo contato@virtual.com.br

Ontem, me deparei com uma situação interessante. Estava fazendo um exame de seleção on-line, vestibulanda candidata a mudar de carreira definitivamente. Há seis anos me dedico á area da educação, evoluindo e metamorfando constantemente o ensino de línguas e informática. Decidi variar um pouco e me inscrevi no curso de medicina de uma das universidades do Vale do Itajaí. De início, resolvi algumas questões de matemática, física, língua portuguesa, biologia, química e história. Então, chega o momento da redação. O tema: ENCONTROS VIRTUAIS! Salva-me Deus... Escrever não é dificil, escrever sobre algo que você odeia ou ama menos dificil ainda. Mas escrever sobre algo que você ignorou desde que se identifica por gente, doeu! Depois de alguns minutos e uma cadeia de palavras chave, saiu algo, ou isto, ou esta coisa... Vai saber... Coisas destas pessoas com modernas manias... Modernas?!


A troca do contato pelo contato@virtual.com.br

Sabe-se que a globalização e informatização do mundo moderno exigiram grande demanda de mão de obra qualificada, formada e informada. A informação para a formação ocupou por longo período, e ainda ocupa, o tempo livre de pessoas que carecem estar em dia com a supérflua onda de novidades cibernéticas e tecnológicas, seja para o mercado de trabalho como também para fins pessoais.

O atropelo desta corrida contra o tempo, exige do homem não apenas a modernização de equipamentos e maquinários, como também indivíduos rápidos, práticos e funcionais que acompanhem o processo evolutivo da tecnologia. É no computador que consiste a ferramenta que mais se encaixa nestes padrões de facilidade da realização e organização de inúmeras tarefas ao mesmo tempo, ficando cada vez mais difícil não se entregar á dependência tecnológica.

A informação e a modernização dos meios causou fatídica e comprovadamente uma nova relação comportamental nos meios sociais: a dependência homem e máquina. A inovação não se limitou aos campos do conhecimento científico e operacional, ao contrário, espalhou-se nas ondas das redes virtuais, promovendo revoluções na linguagem, na comunicação, no ramo profissional e social.

Cada vez menos se cultiva o hábito se comunicar pessoalmente, seja para realizar contatos comerciais, ou dar aquele abraço para amigos. A facilidade que o relacionamento virtual proporciona conseguiu ultrapassar os campos da comodidade e necessidade, já sendo inclusive constatado como sintoma de novas doenças causadas por hábitos modernos. Economiza-se atualmente não apenas tempo, mas driblam-se etapas e limites que são próprios da natureza humana de serem vencidos e trabalhados, como por exemplo a timidez, o toque, a extravagância da expressividade corporal e as sensações nervosas, da qual depende também a química corpórea dos seres vivos.

Há que se relevar que a falta de contato, por tempo ou demanda de trabalho, dificulte a convivência social sim. Contudo, abrir mão de contatos cheios de cores e belíssimas atribuições físicas e psicológicas por um “@.com.br” seja talvez questão para se rever conceitos de sociabilidade e relacionamento extra sites ou redes virtuais. É preciso considerar a necessidade biológica do ser humano de ver, ouvir, tocar e sentir, bem como seus processos psicológicos de pensar e processar inclusive valores/consciência, combatendo assim a degeneração de mentes psicopatas e deturpados virtuais, bem como a urgência de salvar um dos termos mais originais dos relacionamentos humanos modernos, antes que este passe de “extraconjugal” à “extra virtual”.

Mirian Crhys Silvestri

Blumenau, Ano 2010, Século XXI